domingo, 3 de agosto de 2014

Está na hora.

Depois de tanta confusão, de tantos erros estúpidos, de tentativas frustradas de resolução dos nossos problemas, chegou o fim.
Bom, a verdade é que o fim já tinha chegado há muito tempo mas ambos recusámo-nos em aceitar isso e andamos ao colo um do outro...
Mas hoje, o fim consumou-se. Porquê? Porque tinha de ser.
Não interessa o que falhou nem o que não mudou, não interessa culpabilizar ninguém porque nestas coisas do amor (já te disseram que o amor é uma merda?) não há sempre só um que tem a culpa total, apesar de eu saber que na tua mente foste puro (já te disseram que estás muito longe da perfeição?).
Mas no meio de tanta burrice, de tanta confusão, de tantas mágoas e erros uma coisa eu tenho a certeza: é que chegou a hora de pedir ajuda, chegou a hora de ter a coragem de parar e me escutar, de ter a força para pedir ajuda para me levantar do chão.
A verdade foi e tem sido esta: estou emocionalmente desfeita.
E não, não te vou pedir que relativizes o que fiz tendo em conta o meu percurso, as dores do meu passado. Não preciso da tua pena nem da tua compreensão. Afinal somos todos humanos, certo? E o nosso mal é que todos estamos condenados a viver debaixo de um mísero telhado de vidro. A questão é a capacidade de cada um em assumir aquilo que faz. E que fique aqui registado, para ti e para o mundo, mas sobretudo para mim, que eu assumo a minha responsabilidade do que fiz de errado. Não estive bem, é verdade. E sei que pedir desculpas não adianta porque ainda nem eu própria percebi a dimensão da minha própria culpa, porque simplesmente ainda tenho tanto para me conhecer, para me perdoar e curar...
Talvez um dia, tu e eu, percebamos o porquê de tudo ter acabado assim, talvez um dia te volte a reencontrar e te possa explicar a dimensão da minha culpa e aí sim, possa pedir um perdão que me faça sentido. Porque só se o deve fazer se o entendermos e se soubermos a extensão dos estragos que provocámos e neste momento, simplesmente, não consigo sentir.
Já pensei demasiado nos outros e já carreguei com os outros ao colo muito tempo, inclusive tu.
Agora está na hora de pensar em mim, cuidar de mim, do meu coração e das minhas emoções que parecem um novelo cheio de nós.
Está na hora de ser eu comigo mesma, de hibernar para os outros e ir em busca do meu "eu" e pega-lo ao colo, embala-lo, acarinha-lo e reeduca-lo.
Se vai doer? Muito.
Mas está na hora.
Quanto a ti, desejo que sejas imensamente feliz porque no meio de tanto carvão, eu acredito (sempre acreditei, daí ter insistido e (des)esperado tanto) que aí dentro habita um diamante gigante.
Que um dia eu possa vislumbrar esse brilho! E nesse dia sentir-me-ei menos mal, porque verei que tudo valeu a pena.
Desejo que a raiva e o ódio que hoje sentes por mim, um dia se dissipe e "Aquele que de entre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra." João 8:4-11




ML






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