sábado, 23 de agosto de 2014

Nova em folha (quase)

Ainda há um caminho a percorrer, mas hoje, garantidamente, não sou a mesma que saiu de Lisboa. Algo mudou, aqui dentro. E a mudança é tão funda que até eu me surpreendi.
Vou a caminho de ficar "nova em folha" (como diz a música).
Se eu tenho asas... é para voar. Estou a aprender. 




ML

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Há horas em que é preciso de pararmos de chorar e queixar, há horas em que é necessário afastar-mo-nos de muita coisa que nos envenena os olhos e a alma, há horas em que é necessário aprender a desapegar de tudo aquilo que nos consumiu durante anos e reciclar-mo-nos.
É o que farei nos próximos dias. Vou em retiro, metade do tempo para o meio da natureza para me ouvir e pôr os pontos nos i's, e a outra metade para perto do mar para me libertar e limpar de tudo o que passou.
É uma viagem só de ida, porque não tenciono voltar igual por dentro.


É urgente ir, é urgente ouvir-me, porque aqui dentro há uma voz que grita por atenção e embalo. E é nela que me irei focar nas 3 próximas semanas.
É como diz a música "pára de chorar e dizer que nunca mais vais ser feliz, não há ninguém a conspirar para fazer destinos negros de raíz". E como a felicidade começa cá dentro, é dela que vou à procura em ambientes propícios.

Até breve




ML

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Amor limitado? Hora de fazer as malas.

Pela primeira vez na vida (sim, porque até hoje nunca te pedi nada), verguei-me com humildade e abordei-te com sinceridade e de peito aberto. Pedi-te a oportunidade para me redimir dos erros que cometi, pedi-te a oportunidade de te mostrar que sou digna da tua confiança; tenho para mim que se estivesse à tua frente to pediria vergada não só na alma mas também nos joelhos.
Depois de te enviar uma mensagem que mais parecia um testamento vital, adormeci, finalmente, na esperança de que acreditasses em cada palavra do que disse, que isso te tocasse o espírito e fizesses de nós um amor melhor. Mas também sei que no meu ouvido alguma coisa me dizia "naaaa ele é demasiado pequenino para um ato tão grandioso como este", e ainda assim eu esperei pelo feedback, porque ao contrário de ti eu dou SEMPRE o benefício da dúvida ao invés de esperar sempre as piores catástrofes.
Eis que de manhã sou presenteada, mais uma vez, com palavras e ideias contraditórias: ora dizias que não me odiavas e que compreendias o porquê de ter feito a burrice que fiz e que ainda gostas de mim e não me consegues deixar ir e por isso mesmo ainda me procuras, ora dizias que eu tinha andado com fulano e sicrano e que não conseguias entender as razões que me levaram a fazer o que fiz. Sempre foste assim! Confuso nas ideias e contraditório (muito).
Tu esqueces-te é de uma coisa; eu também já estive desse lado e senti na pele o que sentiste. Mas também sei aquilo que o meu coração me disse sempre para fazer: quando existe mostras de arrependimento sincero e quando a pessoa pede, humildemente, a oportunidade de mostrar algo melhor do que aquilo que mostrou até então, devo dar o benefício da dúvida. E nesta conduta, umas vezes perdi outras ganhei. A vida é assim mesmo; um risco de perdas e ganhos, e por isso mesmo não me arrependo das oportunidades que dei por a minha vida fora.
Mas nem toda a gente tem a mesma grandeza no coração, como eu! E apesar de isso me deixar fula, passada dos carretos, sei que não posso mudar o mundo sozinha. Pelo menos posso mudar o meu, o que já é muito.
O nosso amor é bonito, a nossa história é uma história irrepetível, bem o sei. E deixa-lo sumir-se assim, sem sequer tentarmos, sem sequer darmos a última gota que ambos tínhamos para dar e torna-la num oceano imenso, é crime. Mas acho que tu não sabes disso. Podes até fazer uma pequena ideia, mas ela é limitada, tal e qual o teu amor por mim.
E se eu tinha dúvidas de que o teu amor é, sempre foi e sempre será limitado, hoje não me restam mais dúvidas! Porque quando és chamado a ter uma atitude nobre não o és capaz de o fazer: perdoar. Acho que nem tão pouco sabes o que isso é!
Para ti sempre foi tudo 8 ou 80, não existe meio, não existe equilíbrio. E lamento informar-te que ser-se assim nunca nos fará feliz. Fala-te a voz da experiência!
Já diz o ditado: errar é humano, perdoar é divino. E tu nunca saberás o que isso é, nem nunca sentirás a sensação maravilhosa de contribuir para o crescimento espiritual de um ser humano que assume com humildade os seus próprios erros e tem a coragem de pedir, não só perdão mas também uma oportunidade de se redimir e provar, tanto para si mesmo como para o outro, que é merecedor dela. O passo para a remissão do pecado é assumi-lo!
A facilidade com que julgas os outros e te colocas no papel de cordeiro e os outros é que são os monstros, é abominável. Isso é coisa de miúdos, não de adultos. E com este tempo separados, longe um do outro, pensei que tivesses crescido o suficiente para teres repensado em muitos dos teus atos que também eles contribuíram para o fim desta relação. Sim, porque tu não és santo nenhum, apesar de gritares aos 4 ventos que és um coitado e que o traído foste tu. Também eu sofri imenso nas tuas mãos, talvez bem mais do que tu nas minhas. Mas eu não gosto, nem vou fazer comparações de quem é que sofreu mais, porque eu sou adulta não uma miúda e além do mais eu valorizo a dor dos outros. Pena é que os outros não valorizem a minha, mas prosseguindo.
Não me arrependo de uma única palavra do que escrevi naquela mensagem e se tivesse que a reescrever fazia-o sem pestanejar. Porque atos de humildade são raros no mundo, e se há coisa de que me orgulho muito sem nunca mo terem ensinado a ser, é ser capaz de ser humilde e perdoar os outros quando se arrependem.
Continuas o mesmo: sempre a queixares-te, a vitimizares-te, a vestires a pele de coitado, a pintares os outros de negro. Tenho a impressão de que na tua vida só existem duas cores: o branco (onde tu te colocas, claro) e o preto (onde estão todos os outros), e que só pessoas que se demonstrem xoninhas é que têm o privilégio de serem pintadas de branco por ti. Mas se acaso elas te falham, vais lá e pintas de preto sem qualquer tipo de problema. Foi assim que a tua vida se desenrolou e acredito que durante muitos anos continuará, tal e qual. E é lamentável.
Mas a partir de hoje, estás por tua conta e risco. Poderás pintar de branco e preto quem tu quiseres, julgar os outros como se fosses dono e senhor da verdade, vestires todas as peles mais rascas que quiseres, tudo a que tens direito! Eu já sou, e ainda mais serei, carta fora do teu baralho.
Chegou a altura de fazer as malas com tudo o que foi feito e dito nesta relação; e levo cadernos ao peito cheios de lições. Chegou a altura de te deixar ir de vez, sem olhar para trás, na certeza de que um dia vais-te arrepender amargamente de me ter batido com a porta na cara, teres-te preocupado mais em chafurdar a merda na minha cara (não te cansas de ter as mãos sujas?) ao invés de me escutares e teres um ato humano e adulto pela primeira vez, na porcaria da tua vida. E nesse dia, eu já não vou estar.
Acredito que estarei num patamar tão elevado que quando olhar para baixo serás uma miragem da qual eu não vou querer lembrar, nem tão pouco ouvir falar. Não porque te vá ganhar ódio, não. No meu coração esse sentimento pequenino e sujo não entra! Mas porque eu não gosto de pessoas limitadas no coração, e até na alma.
Espero que um dia, quando tiveres filhos e netos (se chegares a ter mulher para os ter, claro) e lhes contares a nossa história, espero que nesse dia tenhas a humildade (que nunca tiveste para comigo) de lhes dizer "ela era tudo aquilo que eu queria e que nunca soube que tive, deixei-a ir por ser duro a achar que a vida me iria dar melhor, disse-lhe tanto que a amava mas quando tive a oportunidade de demonstrar o que meu sentimento era capaz de fazer por nós os dois, não o fiz".

Vou cuidar de mim, resolver os meus traumas do passado, vou crescer e voar para outras bandas. Na certeza de que farei sempre o melhor para ser feliz.
Tanto fiz que agora tanto faz! Mas ainda bem que o fiz, afinal, sempre foi esse o valor do meu amor por ti: fazer de tudo para nos salvar. Mas o desgaste... o desgaste levou-me a ser burra e a acabar crucificada como uma bandida. 
Há amores assim, limitados!

E não tenho mais para te dizer a não ser adeus.



ML

sábado, 9 de agosto de 2014

Porque ainda te amo

E não é preciso dizer mais nada, a música já diz tudo.





Ps. "como é que eu faço para esquecer-me de ti e voltar a poder ser feliz?
       Mentiria se dissesse que sem ti a vida segue igual..."

ML

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Falta-me a coragem

Ainda não consegui abrir as pastas onde estão as nossas fotos, onde estão os nossos momentos mais felizes. Ainda não copiei tudo o que nos pertenceu para o disco externo. Nem que enfiasse tudo num baú, o trancasse e mandasse as chaves fora me tirariam este buraco do peito.
Ainda não tive coragem de remexer nas memórias e colocá-las em gavetas para deixar vir o tempo e tomar conta delas com uma armadura de pó.
Falta-me a coragem. Talvez num amanhã, quem sabe.
Eu espero.




ML

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Palavras soltas #3

Hoje, pela primeira vez em tantas semanas de turbulência emocional, tive apetite.
O acompanhamento foi batatas fritas. De repente, parei de dar garfadas e lembrei-me do nosso último jantar "Para mim batata frita que é batata frita tem de ter um bocadinho de sal". As minhas batatas fritas não tinham sal, mas lembrei-me o quanto gostas delas "temperadas".
É engraçado o que um pequeno montinho de batatas fritas nos pode fazer por dentro.
A saudade? Mata, minuto a minuto.
Parece uma contagem decrescente para a morte lenta.
Nunca mais vamos comer batatas fritas juntos, mas a memória delas fica. Para sempre.



ML





segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Palavras soltas #2

"Não acredites se um dia te disserem que tenho 360 graus de Inverno à beira do coração. À beira do coração só tenho distâncias. Longe é voltar atrás. Isto não é poesia. É amor. O poeta tem  a missão de fazer tombar os muros que nos agarram por dentro. Endireitar os caminhos. Engomar demoras. Escrever não é apenas colocar beleza nas parte íntimas do pensamento. O amor existe para nos emprestar felicidade. Desfruta. Realiza a imaginação."

Heduardo Kiesse

ML

domingo, 3 de agosto de 2014

Palavras soltas

"É inútil continuar a escrever em legítima defesa da solidão. Vem buscar a tua ausência antes que passe. Vê se te despachas. Por todas as vezes que atravessei o silêncio sem medo de escorregar na casca das palavras mais duras. Vem buscar o teu nome. Preciso de espaço para dar lugar à outra verdade provisória. E tu, poesia, com que pedra vais defender os meus pecados quando o silêncio doer mais alto? Quem vai reivindicar os beijos que cometi na tua boca? Vem, deixa-me ser poema."

Heduardo Kiesse

ML

Está na hora.

Depois de tanta confusão, de tantos erros estúpidos, de tentativas frustradas de resolução dos nossos problemas, chegou o fim.
Bom, a verdade é que o fim já tinha chegado há muito tempo mas ambos recusámo-nos em aceitar isso e andamos ao colo um do outro...
Mas hoje, o fim consumou-se. Porquê? Porque tinha de ser.
Não interessa o que falhou nem o que não mudou, não interessa culpabilizar ninguém porque nestas coisas do amor (já te disseram que o amor é uma merda?) não há sempre só um que tem a culpa total, apesar de eu saber que na tua mente foste puro (já te disseram que estás muito longe da perfeição?).
Mas no meio de tanta burrice, de tanta confusão, de tantas mágoas e erros uma coisa eu tenho a certeza: é que chegou a hora de pedir ajuda, chegou a hora de ter a coragem de parar e me escutar, de ter a força para pedir ajuda para me levantar do chão.
A verdade foi e tem sido esta: estou emocionalmente desfeita.
E não, não te vou pedir que relativizes o que fiz tendo em conta o meu percurso, as dores do meu passado. Não preciso da tua pena nem da tua compreensão. Afinal somos todos humanos, certo? E o nosso mal é que todos estamos condenados a viver debaixo de um mísero telhado de vidro. A questão é a capacidade de cada um em assumir aquilo que faz. E que fique aqui registado, para ti e para o mundo, mas sobretudo para mim, que eu assumo a minha responsabilidade do que fiz de errado. Não estive bem, é verdade. E sei que pedir desculpas não adianta porque ainda nem eu própria percebi a dimensão da minha própria culpa, porque simplesmente ainda tenho tanto para me conhecer, para me perdoar e curar...
Talvez um dia, tu e eu, percebamos o porquê de tudo ter acabado assim, talvez um dia te volte a reencontrar e te possa explicar a dimensão da minha culpa e aí sim, possa pedir um perdão que me faça sentido. Porque só se o deve fazer se o entendermos e se soubermos a extensão dos estragos que provocámos e neste momento, simplesmente, não consigo sentir.
Já pensei demasiado nos outros e já carreguei com os outros ao colo muito tempo, inclusive tu.
Agora está na hora de pensar em mim, cuidar de mim, do meu coração e das minhas emoções que parecem um novelo cheio de nós.
Está na hora de ser eu comigo mesma, de hibernar para os outros e ir em busca do meu "eu" e pega-lo ao colo, embala-lo, acarinha-lo e reeduca-lo.
Se vai doer? Muito.
Mas está na hora.
Quanto a ti, desejo que sejas imensamente feliz porque no meio de tanto carvão, eu acredito (sempre acreditei, daí ter insistido e (des)esperado tanto) que aí dentro habita um diamante gigante.
Que um dia eu possa vislumbrar esse brilho! E nesse dia sentir-me-ei menos mal, porque verei que tudo valeu a pena.
Desejo que a raiva e o ódio que hoje sentes por mim, um dia se dissipe e "Aquele que de entre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra." João 8:4-11




ML