sexta-feira, 4 de julho de 2014

Muda o teu mundo, e o mundo muda.

Há alturas na vida em que não podemos mais fugir daquilo que temos de fazer, mesmo que isso implique doer e chorar.
Há alturas na vida em que temos de deixar o que é do passado, e que teimamos em arrastar para o presente, o que ao passado pertence.
Há alturas na vida em que temos de pegar em todas as pedras que nos impedem de prosseguir caminho e coloca-las à margem.

E foi o que fiz ontem: colocar mais uma pedra na margem.

Pessoalmente, sempre fui uma miúda que sempre se agarrou muito ao passado, com uma tal sofreguidão de resolve-lo e torna-lo um céu estrelado, quando na verdade não passa de um céu em dias nublados que nem a lua se consegue vislumbrar.
Sabotar o passado nunca foi boa escolha! Porque isso implica também sabotar aquilo que quero ser, passando a agir em conformidade com um tempo que já não me faz mais sentido. E depois vêm as dores infundadas, o cansaço da mente, o corpo a gritar “pára com isso, estás-me a destruir” e ainda assim não lhe dar ouvidos, vêm os tropeços na felicidade e simplesmente ignora-la numa teimosia louca do “eu quero aquilo, não isto” mesmo que o “aquilo” já não faça mais sentido.

Quem, muitos de vós, já não sentiu ou passou por isto?

Tenho para mim que no estado atual das coisas, todas as pessoas estão nesta crise interior. Não podemos só falar na crise financeira porque essa é só uma das componentes desencadeadoras da mudança interna que se faz urgente, em cada um de nós. A falta de dinheiro, seja para quem tinha o suficiente para viver seja para quem já não tinha quase nenhum, é um motor benfeitor das mudanças que os nossos espíritos estavam a precisar.
E para muitos, isto pode não fazer sentido; eu compreendo. Ainda estão muito agarrados ao materialismo. Para esses, o tempo da mudança ainda não chegou. É preciso esbarrarem na parede mais um bocado, até ficarem totalmente cobertos de feridas ensanguentadas e perceberem que “o caminho não é por aqui”.

Mas, voltando a mim…

A minha vida, nos últimos meses, deu umas quantas voltas de 360 graus. E que coisa maravilhosa esta! Poderia dizer que foi algo rápido, que não doeu nada; estaria a mentir.
A minha mudança foi tal e qual como voltar a nascer, mas estando ainda viva; e nascer dói. Foi como entrar de novo numa barriga e sentir-me a ser expelida, sentir todos os meus ossos alinharem-se e a contraírem-se até chegar à luz do dia e sentir o ar inchar os meus pulmões de pura vida.
Depois de a vida me parir peguei em mim e embalei-me, beijei-me com todo o amor, verifiquei se tinha tudo nos seus devidos lugares, disse-me “bem-vinda à vida”; tal e qual como quando dei à luz o meu próprio filho.
Foi mágico.
Tem sido mágico!

De repente, é como se não reconhecesse mais o mundo como outrora o via. De repente, é como se olhasse para um novo céu e conseguisse contar estrelas. De repente, tornei-me naquilo que sempre quis ser.
O passado? Não me faz mais sentido. Mas isso não quer dizer que os laços não estejam lá, uns para ser cortados outros para serem melhorados.

E como é que isso se faz? Perguntam bem. A única resposta que tenho é: conhecer-mo-nos.

Falo agora particularmente para ti, que estás num marasmo de dores desnecessárias, de dúvidas por não saberes o que fazer da tua vida (profissional ou pessoal), que vives na teimosia de agarrar o passado numa tentativa de ver estrelas quando elas já não estão lá. Conhece-te! Decide onde queres estar e quem queres ser: passado em pedaços ou futuro inteiro. Precisas de tempo? Ok, tens todo o tempo do mundo. Mas apressa-te, se quiseres ver as estrelas que vejo daqui; se quiseres repetir a sensação de nascer para a vida; se quiseres ter tudo aquilo que mereces e tens direito.

Mas atenta ao que te vou dizer; isto é uma viagem sem volta. A partir do momento em que decides embarcar já não há regresso, porque se voltares vais-te perder e já não vais encontrar nada a não ser vazio; o mesmo vazio em que vives hoje, mas triplicado.
Esta é uma viagem à volta do teu mundo onde só levas na tua bagagem uma tela e meia dúzia de pincéis. As cores terás de as procurar e misturar. O que irás pintar só tu saberás e as paragens nos portos da vida dos outros serão breves porque não vais poder ficar mais do que o tempo necessário para pintar a tua tela. Porque um bom pintor não faz repetições!

Sozinho/a não consegues mudar o mundo inteiro, mas podes contribuir para a mudança. E, como toda a mudança, ela vem de dento para fora. Por isso, muda o teu mundo e, consequentemente, verás o mundo a mudar: sentirás a leveza que desejavas sentir há muito tempo; darás por ti a sorrir mais vezes ao invés de chorar e a debateres-te contigo e com os outros; as pessoas que achavas mais improváveis de se aproximarem de ti, aproximar-se-ão naturalmente; os cheiros, os sons e as cores tornar-se-ão mais suaves e dóceis aos teus sentidos; e as estrelas…ai, as estrelas… serás uma das muitas que contribuem para a beleza do universo inteiro! A intensidade do brilho só dependerá de ti.
No fim, verás que valeu a pena a mudança. Verás a quantidade de tempo que perdeste com coisas inúteis que nada mais te poderiam dar se não ensinamentos e que jamais fariam parte do teu futuro, por não ser o suposto.

Para construirmos um castelo, precisamos de pedras!

E um dia, antes de te tornares um anjo com asas, vais assistir à inauguração da exposição de todas as telas que pintaste durante a viagem que fizeste. Terás na assistência os rostos que escolheste pintar, as vidas que se quiseram cruzar contigo, as histórias que partilhaste; e não haverá nada mais maravilhoso do que sentir o peito cheio no último suspiro desta vida, e recomeçar na outra com a sensação de dever cumprido.



ML



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